terça-feira, 5 de julho de 2011

Estado do São Francisco nascerá falido, diz governo Wagner

Com a confirmação, para dezembro deste ano, do plebiscito sobre a divisão do Pará, o governo da Bahia se movimenta para evitar o avanço da onda separatista no Estado. Setores do oeste da Bahia defendem a criação do Estado do São Francisco. Separada pelo rio de mesmo nome, a nova unidade da Federação teria 35 municípios e 173 mil km² de área, quase o equivalente aos territórios de Portugal e Áustria juntos. A população seria de 908,6 mil habitantes, cerca de 6,5% do total da Bahia. Estudo divulgado pelo governo Jaques Wagner (PT) aponta que o hipotético Estado do São Francisco nasceria pobre, com um déficit fiscal anual de R$ 800 milhões. O cálculo da SEI (Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais) leva em conta o custo estimado de manutenção da nova unidade (R$ 2,5 bilhões) e a previsão de receita (R$ 1,7 bilhão).

A maior parte das cidades do eventual Estado do São Francisco fica na chamada “nova fronteira agrícola” da Bahia, de regiões produtoras de soja e algodão e pólos de fruticultura. O desmembramento, proposta em circulação desde o século 19, é defendido por políticos como o deputado federal Oziel Oliveira (PDT-BA), que foi prefeito de Luís Eduardo Magalhães, um dos principais municípios da região, de 2001 a 2008. “É um desejo da população de muitos anos, para alavancar o desenvolvimento social e econômico”, afirma. O governador Jaques Wagner já se manifestou contrário à divisão e cita ações de sua gestão para o oeste baiano, como a construção da ferrovia Oeste-Leste. “Não se divide a Bahia. Criar um novo Estado é criar despesa, e não receita”, disse em entrevista recente. (iG)

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