quinta-feira, 4 de agosto de 2011

GGB RESPONDE AUTOR DE ‘INSENSATO CORAçãO'


Marcelo Cerqueira rebateu críticas de Aguinaldo Silva feitas em entrevista à revista Veja

O presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, rebateu os comentários que o autor de novelas Aguinaldo Silva deu em entrevista à revista Veja desta semana. Responsável por alguns dos principais folhetins da TV Globo, a exemplo de “Insensato Coração”, atual novela das nove horas, o escritor criticou a entidade baiana por, supostamente, considerá-lo o inimigo número da comunidade LBGT e criou polêmica ao dizer que "o povo não aguenta mais ‘viado’ em novela”. Cerqueira não concorda. “Muito pelo contrário. As pessoas gostam e se divertem muito com as personagens homossexuais”, afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias. Ele reclamou ainda da forma como os gays são apresentados nas novelas de Aguinaldo, ao considerá-la “caricata e espalhafatosa”. Conforme o militante da causa gay, a construção desse tipo de personagem não passa a realidade do homossexual para o telespectador, pois trata do assunto sem seriedade, com a preocupação de apenas fazer comédia. “As tramas precisam retratar assuntos de maior importância na sociedade, como a violência física e moral contra o homossexual, por meio de personagens que passem um bom exemplo”, opinou. Apesar de negar que o GGB considere o autor “inimigo número 1 da causa”, Cerqueira não descartou a possibilidade de conferir a ele o prêmio “Pau de Sebo”. Esta seria a segunda vez que o autor de novelas seria “condecorado” com o título, dedicado aos que se opõem à militância LGBT. “Ele já ganhou em outro momento no passado e é possível que ele ganhe novamente este ano”, adiantou. Cerqueira credita o posicionamento arredio de Aguinaldo em relação à luta dos gays por amplos direitos ao seu estilo de vida. “Ele [Aguinaldo] é um homossexual de classe alta, que vive cercado em uma ilha de segurança, entretenimento e conforto”, sugeriu. Esse isolamento da “vida real”, conforme Cerqueira, o teria feito esquecer a verdadeira batalha que é para o homossexual “enfrentar o simples passar do dia-a-dia”.

(Fernanda Fahel)

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