Há
mais de uma semana a prefeita de Itaetê, na Chapada Diamantina, Lenise
Estrela (PSB), não tem acesso ao seu gabinete. No último dia 27, membros
do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a sede
da administração municipal. A gestora, que está em Salvador "inclusive
para preservar minha integridade física", alega que “é impossível a
municipalidade atender a pauta” porque faltam recursos e a prefeitura
“está inadimplente”, o que impede que o Município receba repasses
federais. Ela diz que os sem-terra “ameaçam ocupar hoje (3) a Câmara
[Municipal]” e conta que a população e a administração sofrem prejuízos
com a ocupação da prefeitura, que impede o trabalho dos servidores
municipais. “Estamos sem fazer licitação há uma semana”, exemplifica.
Lenise Estrela reclama da forma como as reivindicações chegaram ao seu
conhecimento. “Não fui procurada em nenhum momento e fui surpreendida”,
disse Lenise Estrela, em entrevista ao Bahia Notícias, ao afirmar que os
manifestantes “estão fazendo uso inclusive de bebida alcoólica”.
A prefeita de Itaetê vê um cunho “político” na ocupação da sede
do Executivo. “Eles não aceitam a nossa vitória e desde que fui eleita,
ameaçam ocupar a prefeitura”, relata. A socialista se refere ao grupo
político que foi adversário nas urnas em 2012, quando foi eleita para
seu primeiro mandato com 66% dos votos. Instigada a nominar os políticos
que estariam a liderar o movimento preferiu não citar nomes, mas
explique que o grupo opositor “é formado pelo PT e PDT”. De acordo com a
gestora, dos 15 mil habitantes da cidade, cerca de 3,5 mil pessoas
vivem nos nove assentamentos dos trabalhadores rurais sem-terra em
Itaetê, que juntos abrigam 700 famílias. “Mas não são os assentados da
cidade que estão na prefeitura. Noventa e nove por cento são de outras
cidades”, assegura Lenise Estrela, ao informar que “os advogados já
estão tomando providências”. A petição de liminar para reintegração de
posse foi protocolada na última sexta-feira (31), no plantão do Tribunal
de Justiça (TJ-BA), em Jacobina. Apesar de os manifestantes alegarem
que a prefeita se recusou a recebê-los, ela garante estar aberta ao
diálogo e "já pedi" que os assentados formem “uma comissão”.
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